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Tabagismo: a guerra não acabou

A luta contra a dependência obteve grandes conquistas, mas o interesse por produtos alternativos ao cigarro, como narguilé, começa a preocupar

Os números assustam: o planeta abriga mais de 1 bilhão de fumantes e amarga 6 milhões de mortes relacionadas ao tabaco por ano — com projeção de crescimento para 8 milhões em 2030. Esses são alguns dos achados de um relatório recém-publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os impactos das leis de controle do tabagismo encampadas por vários países. O objetivo da entidade era apurar se as restrições de propaganda e a proibição de fumar em locais fechados que ganharam força a partir dos anos 2000 teriam algum efeito colateral na economia.

A conclusão do documento não deixa dúvidas: os benefícios na saúde superam de longe possíveis perdas de emprego ou de impostos. “Em 2011, o Brasil gastou 23 bilhões com o tratamento de enfermidades provocadas pelo cigarro, enquanto arrecadou só 6 bilhões com esses produtos”, compara a médica Tânia Cavalcante, do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão para a Implementação da Convenção-Quadro, tratado internacional assinado por várias nações em 2003 que impulsionou medidas antitabaco.

Essa cruzada global contra os maços se justifica quando nos lembramos dos males causados pelo hábito nocivo. “Ele é um dos maiores vilões por trás de enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica, tumores, infarto, angina e acidente vascular cerebral”, enumera o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Isso vale tanto para fumantes ativos quanto para os passivos, aqueles que inalam os gases baforados no ambiente. Um total de 600 mil pessoas morrem todo ano por encrencas suscitadas pelo vício alheio, sem colocarem um cigarro sequer na boca.

Outro fenômeno que inquieta os cientistas é o fumo de terceira mão. Novos estudos revelam que as toxinas liberadas pelo cigarro ficam impregnadas no cabelo, na roupa, no carpete e nos móveis por até 18 horas após a queima do tabaco e têm um potencial de provocar problemas, especialmente em crianças. “Nesse sentido, de nada adianta ir fumar na sacada ou no quintal, pois a família inteira continuará sob risco”, constata o cardiologista Márcio Gonçalves de Sousa, do Comitê de Controle do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Por mais que estejamos longe de cantar vitória na batalha contra o cigarro, é necessário reconhecer que avanços importantes ocorreram nas últimas décadas. Se, em 1989, 35% da população brasileira fumava, atualmente essa proporção não ultrapassa os 10%.

As regras que extinguiram o costume de tragar em lugares fechados também tiveram repercussão — é até estranho imaginar hoje em dia alguém acendendo um cigarro no meio de um restaurante. “Nos primeiros 18 meses após a implementação da lei, 500 mortes por infarto foram evitadas na cidade de São Paulo”, estima a cardiologista Jaqueline Scholz, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (InCor), na capital paulista, que orientou uma pesquisa sobre o tema.

Os ganhos de quem vence o vício

Em 20 minutos: os batimentos cardíacos e a pressão arterial se normalizam.

Em 12 horas: o nível de monóxido de carbono no corpo desce para parâmetros saudáveis.

De 2 a 12 semanas: a circulação sanguínea e a função pulmonar melhoram bastante.

De 1 a 9 meses: tosse e respiração entrecortada típicas dos fumantes se tornam raras.

Em 1 ano: o risco de sofrer uma doença do coração (como um infarto) cai pela metade.

Em 5 anos: a probabilidade de acidente vascular cerebral fica próxima ao de não tabagistas

Em 10 anos: o perigo de desenvolver um câncer de pulmão despenca em 50%.

Em 15 anos: as artérias do coração estão tão protegidas quanto as de quem não fuma

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